October 10, 2008

a reply...

Happy new year too, dear only reader..


i cannot deny it,
i just love thee.

July 15, 2008

É correto ser politicamente correto?

Embora a linguagem politicamente correta seja invenção norte-americana, expressões eufêmicas já existem no português há bastante tempo

Aldo Bizzocchi

A língua não serve só para comunicar. É também poderoso instrumento de persuasão e manipulação. Afinal, dominar pessoas por meio de discursos é mais eficiente do que manter um soldado em cada esquina. E, muitas vezes, a manipulação ideológica se oculta sob um manto de boas intenções. É o caso da chamada linguagem politicamente correta (PC, para simplificar).

Tempos atrás, o governo Lula lançou o documento Politicamente Correto & Direitos Humanos, mais conhecido como "cartilha do politicamente correto", com 96 palavras ou expressões pejorativas, como "beata", "comunista", "funcionário público", "preto" e "anão". Essa iniciativa foi, à época, duramente criticada na imprensa.

Antes disso, já havia sido apresentado um projeto de lei determinando que todo texto oficial distinguisse "cidadãos" e "cidadãs". (Lembra o "brasileiras e bra­si­lei­ros" de Sarney, não?) Esse projeto foi questionado por representantes da sociedade civil, incluindo lingüistas e gra­má­­ticos, já que em português o gênero mas­culino também cumpre o papel do chamado gê­nero complexo, que serve pa­ra nomear seres de ambos os sexos. Ou seja, a palavra "cidadãos" já subentende as cidadãs.

Mas por que iniciativas desse tipo, aparentemente nobres e justas, terminam torpedeadas até por intelectuais?
Primeiro, é impossível legislar sobre a língua, ao menos em regimes democráticos (nos ditatoriais, é possível até proibir línguas, como fez Franco, na Espanha, com o catalão e o basco). Segundo, esse tipo de interferência do Estado na fala das pessoas é fascista.

Segundo o filósofo francês Vladimir Volkoff, autor de La Désinformation par l'Image, o PC é resultado da mistura dos restos de um cristianismo degradado, um socialismo reivindicativo, um economicismo marxista e um freudismo em permanente rebelião contra a moral do ego. É a observação da sociedade e da história em termos maniqueístas, decorrente da decadência do espírito crítico, e de uso comum entre intelectuais desarraigados. Diz ele: "Se compararmos a demolição do comunismo com uma explosão atômica, diremos que o politicamente correto constitui a nuvem radioativa que acompanha a hecatombe".

Pesos e medidas
Em A Era dos Direitos, o sociólogo italiano Norberto Bobbio afirma que nunca se falou tanto em direitos (humanos, civis, dos animais etc.) quanto hoje. O conceito de direitos humanos e civis remonta aos filósofos iluministas e à Revolução Francesa, mas foi retomado com força após a Segunda Guerra e o Holocausto, em 1948, ano em que a ONU lançou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Um dos corolários da ideologia do respeito aos direitos humanos foi a decisão de instituir uma linguagem eticamente adequada.

Os Estados Unidos tomaram a dianteira na defesa dos direitos humanos na década de 60, com o movimento pelos direitos civis, que questionava leis racistas. Mas foi no governo Jimmy Carter, na década seguinte, que a preocupação se intensificou. É mais ou menos nesse período que surge na língua inglesa o vocabulário PC (e começam também a pipocar ações judiciais absurdas com base nessa ideologia).

O fim da ditadura militar no Brasil levou a um extremismo oposto (se antes tudo era proibido, agora é proibido proibir). A Constituição de 1988 é reflexo disso. Numa época de radicalismo às avessas, vale lembrar a máxima latina: virtus in medio (a virtude está no meio; ou: nem tanto ao mar nem tanto à terra).

Afinal, nossa língua já oferece palavras perfeitas para expressar noções como "cego", "surdo", "aleijado"... Os próprios clássicos fazem um nada pejorativo uso desses vocábulos. Ou será que Machado de Assis e Eça de Queirós viraram politicamente incorretos? Por que mascarar a realidade com expressões mais longas e menos precisas? Se um deficiente (ou "especial") é alguém cujas aptidões e características físicas estão abaixo do normal, então, do ponto de vista semântico, um míope não deixa de ser deficiente visual; um calvo (ou melhor, careca) também é deficiente físico, e assim por diante.

Da mesma forma, por que se referir a negros como "afro-descendentes" e não a bran­cos como "euro-descendentes"? Esse eufe­mismo criado pelos americanos e in­tro­duzido no português é, além de tudo, equivocado, como todos os termos PC: um brasileiro branco descendente de egípcios brancos é afro-descendente, não é? Aliás, se a África é o berço da humanidade, então ge­neticamente somos todos afro-descendentes.

Sem necessidade
A verdadeira democracia se apóia em direitos iguais a todos. Mas há distância entre democracia e demagogia. (Aristóteles apontava a segunda como a degeneração da primeira.) O que temos em muitos países são discursos e políticas demagógicas em relação às minorias (que às vezes são numericamente maiorias), criando leis cosméticas e mudando só os nomes das coisas, em vez de combater a desigualdade, com educação, serviços públicos de qualidade e redistribuição de renda.

Exemplo de lei demagógica: no Bra­sil, chamar um negro de "negro" (embora seja essa a sua cor) é crime inafiançável (racismo), mas matar um negro - ou qualquer pessoa - é afiançável (homicídio). Ou seja, o que a lei diz nas entrelinhas é: se você não gosta de negros, mate-os, mas não os chame de negros.

Embora a linguagem PC seja invenção americana que a mídia brasileira veicula acriticamente, os EUA não detêm monopólio da hipocrisia: expressões eufêmicas já existem no português há bastante tempo. Chamar o negro de "moreno" ou "de cor", embora pareça atitude de respeito, esconde um racismo: se evitamos usar "negro", é porque consideramos ser negro um defeito. Apesar da aparente boa intenção, a linguagem PC só contribui para acentuar o preconceito.

É claro que há linguagem adequada a cada situação. Nenhum jornal vai referir-se ao desfile do orgulho gay como "passeata de bichas na Paulista" (embora um jornal tenha noticiado "mulherada se reúne em Campinas" sobre encontro de feministas).

Trata-se de usar a linguagem com respeito, não com falsa piedade. Nesse sentido, o conceito de "politicamente correto" deveria ser substituído pelo de "lingüisticamente adequado".

Linguagem e manipulação
É possível e relativamente fácil manipular a opinião pública por meio de palavras e expressões como "exclusão", "tolerância", "não-violên­cia", que representam conceitos ma­leáveis ideologicamente. Afinal, em relação a quem tem telefone e computador, quem não tem é excluído. Mas, em relação a quem tem casa com pisci­na e jatinho, quem não tem não é igual­mente excluído? Enfim, qual o critério para definir o essencial ou o supérfluo?

Em sociedades multiculturais e multiétnicas como a nossa, prega-se a tolerância. Mas tolerar é diferente de amar: tolerar é não agredir quem, no fundo, odiamos. Do mesmo modo, não-violência é diferente de paz ou fraternidade: a palavra "não-violência" remete a violência e é, portanto, só violência reprimida.

O que a linguagem PC faz é acobertamento ideológico pelo discurso, camuflando o problema em lugar de resolvê-lo (ao darmos nomes bonitos a coisas feias, elas nos parecerão menos feias). Assim, "recessão" passa a "crescimento econômico negativo", "morte" vira "cessação das atividades vitais" e "morrer" é "ir a óbito". "Favela" se torna "comunidade carente" e "pobreza", "exclusão social". Quem tem cabelo pixaim ou carapinha pode ir a um salão especializado em "cabelo étnico". Na linguagem corporativa, chefe virou "líder" e empregado agora é "colaborador".

Invenção postiça
O povo, mesmo, satiriza tais expressões porque percebe o ridículo delas (vide o "tucanês" de José Simão) e aí passa a denominar anão de "pessoa verticalmente prejudicada" e careca de "deficiente capilar". O próprio povo não usa denominações bizarras: o morador de favelas se diz "favelado"; o pobre se refere à sua condição como "pobreza", não "exclusão" ou "carência". Enquanto ONGs fazem o policiamento lingüístico da imprensa à caça do politicamente incorreto, os próprios negros de classe baixa se tratam uns aos outros e a si de "negro", "preto" ou "negão", sem conotação pejorativa, mas antes carinhosa.

A linguagem PC é pseudodemocrática: em nome da preservação da dignidade e dos direitos humanos, exerce patrulhamento ideológico e caça às bruxas típicos dos regimes autoritários, vendo preconceito em tudo (por exemplo, ao achar que a expressão "a coisa tá preta" é referência pejorativa à raça negra).

Palavras como "democracia", "cidadania", "inclusão social", "direitos humanos" e outras, de tão repetidas, tornam-se desgastadas e vazias de sentido ou, pior, passam a significar o contrário do que diziam originalmente. Não por acaso, é nas ditaduras que palavras como "democracia" e "cidadania" são mais usadas, sempre com sentido distorcido. É por isso que Hugo Chávez fala tanto em democracia em seus discursos. Portanto, o fato de tais palavras estarem tão em voga no Brasil atual deve ser para nós um sinal de alerta.


Aldo Bizzocchi é doutor em Lingüística pela USP e autor de Léxico e Ideologia na Europa Ocidental (Annablume). www.aldobizzocchi.com.br

June 14, 2008

Living is sometimes a burden...

June 11, 2008

June 06, 2008

Hearts so Heavy
John Mayer [Trio]

I want to want you tonight because i need to
Everything that I had I'm waiting on
Gived and I gave all I could Kept a little
Finding it hard to believe everything's gone gone gone

How m I gonna run back home
With a heart so heavy
How m I gonna make my way
When I can't find the road
How m I gonna beat this pain
When I can't see how deep it goes
Heaven knows .. but I don't

Faith is a bankless desire
But i still choose it
I follow it all the time
And carry on
I used to live by the line
What good is a circle
What does it do for me now
Everything's gone gone gone

So How m i gonna run back home
With a heart so heavy
How m i gonna make my way
When i can't find the road
How m i gonna beat this pain
When i can't see how deep it goes
Heaven knows but i don't

I still believe in love
I still believe in love
I do I do
I still believe in love
I still believe in love

June 04, 2008

(acho que segunda e quarta, so far, são os dias de desequilíbrio mental... ainda bem que só vou pra uma aula hoje)

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ahh... memories... of all kinds
from the past, from the future...
everything is against me [right, not EVERYTHING, but you know what i mean..]
they [memories and dreams and nightmares] just want to see me mad. infelizes

...

May 27, 2008

think i'm going to clausura...
so i won't see this disgusting¹ world anymore.


¹dis.gust.ing
adj desgostoso, nojoso, fastidioso, que causa fastio, aversão, odioso, repulsivo, lamentável.

May 23, 2008

one day you choose a player and on another you are forced into a 'game over'... with no extra lives

May 21, 2008

May 13, 2008

Tempos e duração
(Eclesiastes 3, 1-8)

Há um momento para tudo e um tempo para todo propósito debaixo do céu.
Tempo de nascer,
e tempo de morrer;
tempo de plantar,
e tempo de arrancar a planta.
Tempo de matar,
e tempo de curar;
tempo de destruir,
e tempo de construir.
Tempo de chorar,
e tempo de rir;
tempo de gemer,
e tempo de bailar.
Tempo de atirar pedras,
e tempo de recolher pedras;
tempo de abraçar,
e tempo de se separar.
Tempo de buscar,
e tempo de perder;
tempo de guardar,
e tempo de jogar fora.
Tempo de rasgar,
e tempo de costurar;
tempo de calar,
e tempo de falar.
Tempo de amar,
e tempo de odiar;
tempo de guerra,
e tempo de paz.

May 08, 2008

curiosamente odd: parece que a cave sofre abalos sísmicos anuais [at least so far. espero que isso não se torne um fato]
memories* and thoughts** sometimes really bother a cave
and block its way.


*as já explicitadas anteriormente
**involuntários e criados não sei onde

May 07, 2008

[blog déjà-vu]

not-just foolishness
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Disgusting memories keep haunting my one-exit cave.




então não exija muito de mim...

May 01, 2008

April 13, 2008

I was just taking a look at old posts from last year (precisamente http://banz.blogspot.com/2007/05/dear-only-reader.html) and now i have to say sorry to our friend solitude because it has to stay in second place.
Luigi has got the first place in "companion that is so companionable" or ideal match, as orkut says...

April 08, 2008


For those who look only superficially she is all beautiful and "normal". She is discreet and well-mannered. But actually she is suffering in silence and weeping inside, mas nem todos enxergam o heart-shaped cinza.

January 25, 2008

I guess ultimamente, aqui no blog, tenho usado muito a palavra 'ridículo' (ou pensado e não-escrito). Mas agora, mais uma vez, preciso compartilhar algo que me incomoda e revolta... =P
Estava a ler uma notícia que me lembrou de algo que caracterizo como ridículo:
Distribuição de 'camisinhas' e carnaval e tudo mais que essa kinda palhaçada implica etc.
O governo não devia distribuir porcaria nenhuma.
Duas prefeituras de Pernambuco vão distribuir contraceptivos...
[o globo]"Prefeituras argumentam que pílulas podem prevenir gravidez indesejada.
Os kits serão distribuídos em postos de saúde instalados em locais de grande movimentação no Recife e em Paulista, região metropolitana. Cada estojo contém dois contraceptivos de emergência, além de uma camisinha masculina e uma feminina.

Segundo a prefeitura de Recife, a pílula não será distribuída aleatoriamente, mas sim para aquelas pessoas que precisarem. No ano passado a medida foi colocada em prática. As prefeituras das duas cidades argumentam que as pílulas podem prevenir a gravidez indesejada, principalmente entre os jovens.

- Para garantir os direitos sexuais das mulheres, a gente tem que garantir o acesso o mais rápido possível ao anticoncepcional, mas antes de tomar a pessoa tem que passar por uma consulta para o medicamento ser prescrito pelo médico - afirmou a gerente da Prefeitura do Recife, Benita Spinelli."
"Para garantir os direitos sexuais das mulheres"! Essa foi boa... LOL²

Abstinência!!!

O povo não sabe se segurar né... junta com álcool também [e com falta de valores]... aí depois vem o bebê acidental ou doenças... então o que o governo faz? Distribui aparatos que impedem a gravidez [indesejada!] e que estimulam o sexo, geralmente com pessoas que você mal conhece. Outra coisa que não faz sentido nenhum pra mim, como pode?: have sex with someone you don't love.
Isso que eu estou falando; não distribua porcaria nenhuma, deixa o povo engravidar (e abortar, infelizmente), pegar doença, whatever que seja. Quem quiser que compre seus aparatos anti-bebê e faça o que quiser. Instead, distribuam legumes e verduras e grãos para os que passam fome.
Sim, sou radical, extremista, sei lá o que. E não me venham com argumentos mundanos etc. É tudo burro e isso tudo é ridículo!

January 14, 2008

"Boi orgânico"

essa foi boa. Amazing o grau de ridículo e contradição muitas vezes [ou algumas vezes] inconsciente.

Estava assistindo a um programa na record que falava de carne etc.; mostraram abatedouros ilegais em pernambuco, a falta de higiene, essa coisa toda. Nem assisti tudo mas deu pra ter noção do ridículo [já conhecido]... um entrevistado falou que os animais são abatidos com o mínimo de sofrimento (!), que atiram nos pobres bois com não sei o que para na hora do assassinato mesmo eles não sentirem dor (!!).
Tudo para disfarçar e encobrir a verdade que todos sabem que existe mas preferem "não falar nisso". É mais fácil não saber de onde vem o que você chama de comida ou o que foi necessário para aquilo chegar no seu prato no seu lar pacífico (the irony needs explanation?). Pra que usar a palavra "abater"? Como se fosse diferente de matar, assassinar, tirar a vida (e algum desses sentidos/significados é livre de crueldade?). "Ah, mas aí é diferente. A gente não tá matando nenhuma pessoa, é só um animal, que serve unicamente pra nos alimentar." Dá até preguiça de comentar e de escrever tudo que existe sobre esse tipo de coisa... the veggie people know what i mean.
Isso foi só minha inquietação quando vi a reportagem... até pensei, "não é possível que está passando alguma coisa sobre/incentivando o vegetarianismo". E não era mesmo... depois veio aquele papo de "preocupação com o meio ambiente", de "ter uma vida mais saudável".. o esperado seria "go vegan", mas não! Começou a reportagem do "boi orgânico" (!). [Oh, God] O gado só pode comer capim orgânico etc., eles são tratados melhor (!). Na verdade nem terminei de ver porque eu precisava compartilhar algo sobre isso.. =P
Nem vou me alongar mais porque tem muito mais coisa pra escrever, não entendo de tudo, não existem só bois e não sou vegan ainda.